domingo, 26 de outubro de 2008

.:devenir_dervishe:.

Pode-se dizer que os "dervish(es)" não fazem nada além de transmutar as forças da dança no plano de imanência Divino. São forças que se colocam a dançar, mais do que dançarinos, o inumano do giro. Uma espécie de devir_dervishe, que o poeta sufi Rumi através de seus belos versos bem insi_nua:

"I died as a mineral and became a plant,
I died as plant and rose to animal,
I died as animal and I was Man.
Why should I fear? When was I less by dying?
Yet once more I shall die as Man, to soar
With angels bless'd; but even from angelhood
I must pass on: all except God doth perish.
When I have sacrificed my angel-soul,
I shall become what no mind e'er conceived.
Oh, let me not exist! for Non-existence
Proclaims in organ tones,
To Him we shall return."

com giratória.








(...)darei um
giro_dervish por aí e já volto.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

de-voar, de_vém, de-venir, devir

E (ainda) há aqueles que insistem em dizer que a Vida não vale a pena. É desses que eu (mais) tenho pena. A Vida vale a pena sim, quer seja a do escritor, ou a da ave. O escritor hoje pode utilizar outras penas para exercitar a sua escrita (expressão), ainda que a tão duras penas. As asas, as da imaginação, oriundas do sempre-menos-valorizado imaginário, nos permitem “o (mais) danado vôo”. O vôo por levitação, às vezes por Leviathan. As asas do desejo e suas inúmeras penas, isso sem contar com as asas sem penas, (e penas sem asas) ou asas-de-penadas e as máquinas outras de-voar, de_vém, de-venir, devir.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

perce_vejo


Percevejo, nem sempre percebo o que vejo. Ver é um atributo fisiológico, mas já enxergar... o mesmo podemos dizer da sutil diferença entre ouvir e escutar. Para ouvir, basta um aparato auditivo funcionando razoavelmente, mas uma escuta não se produz da mesma maneira. É necessária a conexão de sensibilidades um tanto singulares que possuem estreita relação com as afecções e com os afectos. - Um corpo avariado consegue arrastar potências para lá, aqui e acolá. - Daí me lembro um exemplo citado por Deleuze em uma aula sobre Spinoza, o polidor de lentes - "príncipe dos filósofos", envolvendo "um cavalo que puxa carga", "um boi" e "um cavalo de corrida." O campo de afecção de "um cavalo que puxa carga" guarda mais relações de semelhança/vizinhança com o de "um boi" do que com o de "um cavalo de corrida".

Mas como isso é possível?

Cavalos são bichos da mesma "espécie", de uma mesma filiação. É que o campo de afecção corresponde a um (quase-sem)limite para a(s) nossa(s) potência(s) de ação e pela postura frente à Vida, "um cavalo que puxa carga" e "um boi" guardam similaridades descomunais."um cavalo de corrida"...